Poderia ser “A Festa da Menina Morta” de Matheus Nachtergaele ou o “Céu de Suely “de Karin Ainouz, mas o filme que marcou muito minha vida e ainda revisito diferentes vezes é Lluvia (2008). Um argentino da diretora Paula Hernández.
Nessa partida e chegada, Alma reencontra suas dores e seus desejos. E ali me vi. De uma maneira forte e única. É muito raro um filme me tocar dessa forma. Lembro que eu estava cobrindo o festival de Gramado de 2009 e entre os longas da mostra competitiva estava Lluvia. Confesso que demorei para sair da cadeira depois. Quando se cobre um festival se assiste aos filmes, principalmente os da mostra competitiva com olhar mais crítico, organizando as idéias para a escrita e o cuidado de perceber a fotografia, o roteiro, a direção de arte, a narrativa, a direção com calma e discernimento. Abandonei todas as letras ali e me permiti viver e respirar Alma.
Por isso carrego comigo todos os dias essa mulher e esse filme. Agora enquanto escrevo, chove e não tem como ser escorrida junto nos telhados e nos vidros da janela junto com a sensação do filme. É sobre solidão e dor, é sobre o amor, próprio, aquele que a gente dispensa por muitas vezes por nada e na vida é preciso reencontrar, mesmo que seja num susto, num engarrafamento ou até mesmo numa chuva que daqui a pouco passa.
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