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O que torna um filme
inesquecível? O roteiro bem armado, a produção impecável, a fotografia
hipnótica, a edição lapidada como um diamante, as atuações de tirar o fôlego,
ou a direção sólida, líquida e gasosa ao mesmo tempo? A resposta para esta
pergunta não está nas características e nem fases da etapa de produção de uma
obra cinematográfica. Um filme se completa de verdade quando ele encontra a sua
audiência, na etapa de exibição. É nesta etapa onde os corações são atingidos,
sonhos são despertados, uma visão de mundo é entregue, e aquela projeção tem a
oportunidade de trocar de lugar com a realidade por cerca de 120 minutos.
Isso foi exatamente o que
aconteceu comigo desde que assisti A Fantástica Fábrica de Chocolate (EUA,
1971) de Mel Stuart, pela primeira vez, há quase 20 anos. Considerado uma
ficção-científica para crianças, o filme mostra a trajetória de Charlie, um garoto
pobre que por pura sorte consegue um dos raros bilhetes para visitar a
fantástica fábrica de chocolates Wonka. Um lugar tão misterioso, que desde que
fechou as portas ninguém mais entrou ou saiu de lá, sendo esta promoção uma das
poucas vezes que o dono da fábrica, Willy Wonka, considerou abrir o lugar.
A fábrica é realmente
impressionante, servindo de cenário (e personagem) por todo o 2º e 3º atos.
Apesar da produção dos doces parecerem mágica, tudo é "explicado"
pela tecnologia que existe no lugar. Durante a visita a fábrica, Charlie
conhece as outras crianças, algumas de outros países, e como cada uma encontrou
seu bilhete.
A trama é montada sobre valores
éticos, com um jogo de ação e reação quase instantâneo. Ao fazer uma crítica,
ainda que rasa, ao sistema injusto de privilégio e oportunidades da sociedade,
o filme conta uma história de legado e busca por merecimento vinda do coração.
Tudo fica ainda mais intenso e significativo com uma cachoeira apontada como a
melhor opção para misturar o chocolate.
O
filme é a primeira adaptação cinematográfica do livro homônimo publicado em
1964, do escritor britânico Roald Dahl. Como a maioria dos filmes infantis, foi
criado para transmitir valores e lições de moral para as crianças.
É possível ver que algumas das
questões "recomendadas" pelo filme são amplamente inconvenientes nos
ano 2000, mas a história é tão cinematográfica que ganhou uma 2ª adaptação para
os cinemas em 2015, dirigida por Tim Burton.
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