segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

CINEFILIA




Se o cinema é a metáfora das relações comunitárias no século XX ocidental,
a cinefilia seria sua versão clandestina, seu prolongamento individual sob a
forma de um ritual íntimo. A história pode apoderar-se dessa paixão? 

                                                                          Antoine de Baecque




domingo, 17 de agosto de 2014

UM SET PARA: EMANUEL DIAS



               Conheci Emanuel Dias através da curadoria do Ancorá - Curta Ambiental Nordeste https://www.facebook.com/ancora2014?fref=ts
 Desde os primeiros minutos do seu Curta "Quando Eu Crescer", que foi o
vencedor do Prêmio de Melhor Filme pelo Júri Popular do Festival, senti uma necessidade de mergulhar no universo dessa  história vigorosa, terna e pulsante!
É com muito orgulho e carinho que através do "Estação Olhar Meu"  lanço e compartilho um pouco 
da história de José Deyvison, um  filme que me encanta sempre que assisto.



                                                    https://www.facebook.com/emanueljmd?fref=ts


    1)COMO VOCÊ CONHECEU E QUAIS OS MOTIVOS QUE TE LEVARAM A FAZER UM FILME SOBRE UMA FAMÍLIA QUE SOBREVIVIA DO LIXO?

Bom, o filme surgiu quando eu estava no curso de produção para documentário, e o professor pediu que fizéssemos um argumento de alguma história real. Eu fiz no primeiro momento um argumento bem ficcional, quando o professor aprovou a história cai em campo à procura dos personagens do filme. Segui com algumas pessoas da equipe para o lixão a procura de alguma família com o perfil do argumento, tentamos contatos com as pessoas de lá do lixão, mas nenhuma quis falar conosco, depois de muito procurar conhecemos uma senhora chamada Dª Lara que morava no lixão da cidade há mais de 40 anos e criou todos os filhos lá, e apenas um conseguiu sair do lixão e ser pintor no interior de Pernambuco, ela nos contou várias histórias tristes da realidade das pessoas dali em seguida ela nos levou para escola da comunidade.

Chegando à escola conheci a diretora da escola que foi me deixar a par da realidade das crianças, ela me contou algumas histórias que se eu for contar aqui vão ser várias páginas (risos) conheci as crianças da escola mas só conheci o José Deyvison no 3 dia de pesquisa do filme quando eu cheguei na escola ele estava mostrando a diretora a “roupa nova que a mãe dele havia dado” só que o novo tinha sido achada no dia anterior no lixão, Deyvison ele era a única criança da escola que usava roupas e sapatos maiores que o pés dele. Mesmo assim ele era uma criança feliz.

Ele era uma criança repleta de luz, alegre e comunicativo, ele era dos alunos o mais participativo e que mesmo com as atribulações da vida chegava com as atividades propostas feitas, só não era muito bom em português nas demais disciplinas escolares ele sempre tirava notas boas.




      2) UMA DAS CARACTERÍSTICAS MARCANTES DO FILME É A NATURALIDADE
COMO OS DEPOIMENTOS FORAM CAPTADOS, QUAIS FORAM SUAS REFERÊNCIAS  E INFLUÊNCIAS?

              Desde pequeno tive uma vivência muito grande com trabalhos sociais, então de certa forma já tinha uma certa familiaridade, referencia audiovisual eu tive o filme chamado “ Estamira”, um filme bem visceral que te leva a força para uma realidade que existe e que é bem próxima de todos nós. 





3) SABEMOS QUE DIFERENTE DA FICÇÃO, DOCUMENTÁRIOS POSSUEM ROTEIROS MAIS ABERTOS AO ACASO.
ACONTECERAM  ELEMENTOS SURPRESAS NAS FILMAGENS QUE VOCÊ DESTACARIA COMO SIGNIFICATIVOS?
            
            Tivemos dois momentos; Um foi no primeiro dia de gravação que seria a noite no lixão para gravar com a família, só que no dia da gravação a família não foi e eu levei toda a equipe para o lixão sem segurança e com os equipamentos de cinema que são caros e tive que arriscar, por que a polícia não foi e precisávamos gravar o filme que nessa noite não gravamos.

No dia seguinte quando chegamos para gravar com o Deyvison que ele viu a equipe chegar com toda a parafernália cinematográfica  e ainda uma equipe de TV que foi fazer a cobertura jornalística ele saiu correndo e foi pra diretoria chorar, pois como ele nunca tinha visto tudo aquilo ele ficou com medo levamos quase duas horas para convencê-lo a gravar o filme, e só conseguimos quando ele começou a jogar futebol, ai ele ficou a vontade pra gravar. 





4) SE VOCÊ TIVESSE A OPORTUNIDADE DE FILMAR NOVAMENTE, VOCÊ FARIA ALGUMA  COISA DIFERENTE? 


 Eu não mudaria nada não, só faria uma continuação, mostrando o poder transformador que a arte e a educação têm. Já tínhamos articulado uma série de coisas para ele, mas infelizmente não deu tempo.


5) O QUE MAIS TE EMOCIONOU AO CONTAR ESSA HISTÓRIA?
            
            Não ter dado tempo de levá-lo ao cinema para ele se vê na telona, minha grande tristeza até hoje é essa, ele estava numa expectativa muito grande de se vê na telona, é tanto que ele dizia a todo mundo que daqui a pouco eu iria levar ele pra levar ele pra se ver na “televisão grande”.




6) VEMOS NO FILME UMA ABORDAGEM DE DIVERSOS PROBLEMAS SOCIAIS QUE PERMEIAM NOSSA SOCIEDADE. QUAL O MAIS DOLOROSO QUE AFLIGIA JOSÉ DEYVISON E  SUA FAMÍLIA?



A incerteza de não ter dinheiro para comer e pagar o aluguel.O sonho do pai de Deyvison era poder proporcionar algo melhor para os filhos e o mesmo lamentava por não poder oferecer algo melhor para eles.       


         

7) QUAL O PRINCIPAL APRENDIZADO QUE ESSA EXPERIÊNCIA  TROUXE PRA VOCÊ, AO USAR A LINGUAGEM DO CINEMA  PARA ABORDAR E REFLETIR SOBRE OS NOSSOS PROBLEMAS SOCIAIS?


Aprendi a valorizar mais e reclamar menos, não sou a melhor pessoa do mundo, mas busco fazer a minha parte como cidadão e como habitante deste plano. Sim, a proposta é justamente essa refletir, analisar e rever conceitos de vida. O filme mostra a leveza de uma criança que mesmo tendo tudo dando errado, vivendo em situação de penúria vive feliz e agradece a vida que tem. A missão do filme está aí aprender a ser feliz com o que tem, por que tudo aqui nesse plano é muito  “por em quanto”. E precisamos buscar em sermos melhores como pessoas e mais solidários com a necessidade alheia.



                                      CURTA - QUANDO EU CRESCER


segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Onde a Terra Acaba





Em época de descrença generalizada, quando sujeito e realidade parecem determinados apenas por uma inevitável instabilidade, a imagem oferece a possibilidade de algum apoio. Na fotografia, por exemplo, por seu vínculo direto com a realidade, talvez fosse possível confiar. A fotografia parece redefinir a forma de o homem se relacionar com a realidade, segundo Susan Sontag. Entretanto, não podemos esquecer que o cinema, com as técnicas de montagem, e também a fotografia podem ser conduzidos de forma a criarem uma nova realidade que algumas vezes poderia parecer até mais verdadeira do que a própria realidade. A imagem que marca os poemas de Mário Peixoto seria esta imagem fotográfica, característica da modernidade, que altera a relação do sujeito com a realidade e, ao parecer mais fiel à realidade objetiva, em sua representação, oferece-nos uma nova realidade, muitas vezes distorcida. Não há ingenuidade na obra de Mário Peixoto - por mais que sua linguagem poética em alguns momentos pudesse até nos fazer seguir esta pista enganosa - e as ilusões criadas pela linguagem serão sempre desmascaradas, mas nunca de forma clara ou óbvia. Será justamente ao percorrermos caminhos intrincados, de imagens múltiplas e infinitas, que iremos nos deparar com uma poética incomum, que prima por ser sutil e delicada, apesar de abordar questões complexas e dolorosas que dizem respeito a uma época marcada por imensas contradições - a poética de Mário Peixoto ultrapassa seus limites e atinge o universal. 
fonte www.revista.agulha.nom.br




segunda-feira, 23 de junho de 2014

1982 – Copa Canarinho




Na Copa Canarinho, jogar bola era muito melhor que brincar de boneca!!
Colecionei álbuns, negociei figurinhas. Com joelhos ralados, perdi e ganhei no jogo de bafo repetidas e preciosas figurinhas.Sabia na ponta da língua o nome de titulares e reservas.  Tinha foto do Telé Santana colada na capa do caderno.




  




Nenhuma  copa me trouxe tanto amor, alegria, dor e paixão!
Será que fiquei presa no passado,
ou terá sido o canarinho?




domingo, 22 de junho de 2014

Porto Parado

No movimento 
lento
das barcaças
amarradas
O dia,
sonolento
vai inventando as variações das nuvens
                                                      Mário Quitana




quarta-feira, 18 de junho de 2014

Tem um lugar diferente lá depois da saideira...



No ano de 1998 a banda mineira Skank lançou o álbum "Siderado"



Um  trabalho que tem um  lindo projeto gráfico criado a partir de pinturas de César Maurício, artista plástico  vocalista do grupo Radar Tantan, com fotos de Bob Wolfenson. 

"Siderado" vendeu 750.000 cópias



No meio das  baladinhas românticas como "Resposta" e "Romance Noir".
A melhor batidinha do cd ficou entre as mais tocadas na época e ganhou
um clip empolgante que traduz exatamente o melhor que se pode esperar de uma boa"Saideira"

Quem é de beijo, beija,
      Quem é de luta, capoeira...


quarta-feira, 11 de junho de 2014

Escrever com imagens - Laís Bodanzky

“O Cinema é algo provocador, um filme é quase uma desculpa para tomar certas atitudes para mudar algo"
Laís Bodanzky



Sob o olhar da Cineasta Laís Bodanzky, saio facilmente da condição de espectadora e embarco em universos ficcionais carregados de realidades convincentes. Os dilemas do mundo contemporâneo  retratados com camadas transparentes acionam meus dispositivos sensoriais  possibilitando que o meu envolvimento alcance um alto grau de cumplicidade com o consciente dos seus personagens.





No premiado longa “Bicho de Sete Cabeças”, tomei o  lugar do personagem Neto  e com ele senti  a crueldade das dores físicas e  psicológicas.  Perambulei por quartos do manicômio, tomei choque, perdi a consciência, senti medo e revolta.



Em “As Melhores Coisas da Vida” sua câmera caminha com autenticidade pelas relações cotidianas dos jovens com seus pais, escola e sociedade. Na abordagem dos problemas, todas as fragilidades são exploradas de uma maneira em que podemos compreender, aceitar os fatos, e rever nossos conceitos diante das mudanças da vida.



No filme “Chega de Saudade” que teve influências do livro “A Velhice”, de Simone de Beauvoir, onde o conceito de que a ideia de velho geralmente vem do outro, e não do próprio indivíduo. Tive uma nítida sensação de intimidade com o tempo.  Os sentimentos e conflitos retratados no salão União Fraternos que parecem ocasionais, nos conduzem para uma dança entre passado e presente.





Todos esses filmes possuem fortes elementos na sua composição fílmica. Elenco, Direção de Arte, Trilha Sonora, Direção de Fotografia e Som Direto funcionam em  harmonia. Juntos criam sentidos e significados, estabelecendo a construção de um pensamento sob um olhar apurado e delicado.

A escrita da câmera de Laís Bodanzky nos traz universos que respiram autenticidade. Suas imagens possibilitam que possamos sair da observação para  nos tornarmos coadjuvantes.





 “O nosso objetivo sempre foi fazer cinema de reflexão para o grande público
Laís Bodanzky




quarta-feira, 16 de abril de 2014

NÃO FAÇA SILÊNCIO - TRAILER E VIDEOCLIPE



TRAILER - CURTA NÃO FAÇA SILENCIO from Suerda Morais on Vimeo.


O Curta metragem "NÃO FAÇA SILÊNCIO" retrata as primeiras horas no hospital de duas jovens que buscam superar diferentes  traumas como, acidente automobilístico provocado pelo consumo de bebidas alcoólicas e a tentativa de suicídio.
 Graves e silenciosos problemas que crescem  nas estatísticas da OMS.




A busca por uma narrativa poética nos fez optar pela estética P&B, guiando nosso olhar aos sentimentos que irão surgir no encontro de Giovana e Sophia, 
que  fazem uma amparado de uma geração fragilizada. 



A Música tema do Curta “NÃO FAÇA SILÊNCIO”, interpretada pelo jovem rapper Yuri Style, foi baseada no poema “Mil Peles” de Júlia Estrela que vive a personagem Giovana .

E você?  
Já viveu ou conhece alguém que vive ou tenha passado por uma dessas experiências?







O Cinema é uma excelente ferramenta para que possamos compreender os problemas sociais por intermédio dos individuais




Se esse assunto chamou sua atenção e se você quiser saber mais sobre, veja nos endereços abaixo mais detalhes:

http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/revispsi/article/view/8229/5985
http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2013/06/1292216-para-cineasta-que-fez-filme-sobre-suicidio-da-irma-desinformacao-leva-a-tragedia.shtml

CORUJAS E PITANGAS