Desde os primeiros minutos do seu Curta "Quando Eu Crescer", que foi o
vencedor do Prêmio de Melhor Filme pelo Júri Popular do Festival, senti uma necessidade de mergulhar no universo dessa história vigorosa, terna e pulsante!
É com muito orgulho e carinho que através do "Estação Olhar Meu" lanço e compartilho um pouco
da história de José
Deyvison, um filme que me encanta sempre que assisto.
1)COMO VOCÊ
CONHECEU E QUAIS OS MOTIVOS QUE TE LEVARAM A FAZER UM FILME SOBRE UMA FAMÍLIA
QUE SOBREVIVIA DO LIXO?
Bom, o
filme surgiu quando eu estava no curso de produção para documentário, e o
professor pediu que fizéssemos um argumento de alguma história real. Eu fiz no
primeiro momento um argumento bem ficcional, quando o professor aprovou a
história cai em campo à procura dos personagens do filme. Segui com algumas
pessoas da equipe para o lixão a procura de alguma família com o perfil do
argumento, tentamos contatos com as pessoas de lá do lixão, mas nenhuma quis
falar conosco, depois de muito procurar conhecemos uma senhora chamada Dª Lara
que morava no lixão da cidade há mais de 40 anos e criou todos os filhos lá, e
apenas um conseguiu sair do lixão e ser pintor no interior de Pernambuco, ela
nos contou várias histórias tristes da realidade das pessoas dali em seguida
ela nos levou para escola da comunidade.
Chegando
à escola conheci a diretora da escola que foi me deixar a par da realidade das
crianças, ela me contou algumas histórias que se eu for contar aqui vão ser
várias páginas (risos) conheci as crianças da escola mas só conheci o José
Deyvison no 3 dia de pesquisa do filme quando eu cheguei na escola ele estava
mostrando a diretora a “roupa nova que a mãe dele havia dado” só que o novo
tinha sido achada no dia anterior no lixão, Deyvison ele era a única criança da
escola que usava roupas e sapatos maiores que o pés dele. Mesmo assim ele era
uma criança feliz.
Ele era
uma criança repleta de luz, alegre e comunicativo, ele era dos alunos o mais
participativo e que mesmo com as atribulações da vida chegava com as atividades
propostas feitas, só não era muito bom em português nas demais disciplinas
escolares ele sempre tirava notas boas.
2) UMA DAS
CARACTERÍSTICAS MARCANTES DO FILME É A NATURALIDADE
COMO OS DEPOIMENTOS FORAM CAPTADOS, QUAIS FORAM SUAS REFERÊNCIAS E
INFLUÊNCIAS?
Desde pequeno tive uma vivência
muito grande com trabalhos sociais, então de certa forma já tinha uma certa
familiaridade, referencia audiovisual eu tive o filme chamado “ Estamira”, um
filme bem visceral que te leva a força para uma realidade que existe e que é
bem próxima de todos nós.
3) SABEMOS QUE DIFERENTE DA FICÇÃO, DOCUMENTÁRIOS POSSUEM ROTEIROS MAIS ABERTOS
AO ACASO. ACONTECERAM ELEMENTOS
SURPRESAS NAS FILMAGENS QUE VOCÊ DESTACARIA COMO SIGNIFICATIVOS?
Tivemos
dois momentos; Um foi no primeiro dia de gravação que seria a noite no lixão
para gravar com a família, só que no dia da gravação a família não foi e eu
levei toda a equipe para o lixão sem segurança e com os equipamentos de cinema
que são caros e tive que arriscar, por que a polícia não foi e precisávamos
gravar o filme que nessa noite não gravamos.
No dia
seguinte quando chegamos para gravar com o Deyvison que ele viu a equipe chegar
com toda a parafernália cinematográfica
e ainda uma equipe de TV que foi fazer a cobertura jornalística ele saiu
correndo e foi pra diretoria chorar, pois como ele nunca tinha visto tudo
aquilo ele ficou com medo levamos quase duas horas para convencê-lo a gravar o
filme, e só conseguimos quando ele começou a jogar futebol, ai ele ficou a
vontade pra gravar.
4) SE VOCÊ TIVESSE A OPORTUNIDADE DE FILMAR NOVAMENTE, VOCÊ FARIA
ALGUMA COISA DIFERENTE?
Eu não mudaria nada não, só faria uma
continuação, mostrando o poder transformador que a arte e a educação têm. Já
tínhamos articulado uma série de coisas para ele, mas infelizmente não deu
tempo.
5) O QUE MAIS TE EMOCIONOU AO CONTAR ESSA HISTÓRIA?
Não ter
dado tempo de levá-lo ao cinema para ele se vê na telona, minha grande tristeza
até hoje é essa, ele estava numa expectativa muito grande de se vê na telona, é
tanto que ele dizia a todo mundo que daqui a pouco eu iria levar ele pra levar
ele pra se ver na “televisão grande”.
6) VEMOS NO FILME UMA ABORDAGEM DE DIVERSOS PROBLEMAS SOCIAIS QUE PERMEIAM NOSSA SOCIEDADE. QUAL O MAIS DOLOROSO QUE AFLIGIA JOSÉ DEYVISON E SUA FAMÍLIA?
A
incerteza de não ter dinheiro para comer e pagar o aluguel.O sonho do pai de Deyvison era poder proporcionar algo melhor para os filhos e o mesmo lamentava
por não poder oferecer algo melhor para eles.
7) QUAL O PRINCIPAL APRENDIZADO QUE ESSA EXPERIÊNCIA TROUXE PRA VOCÊ, AO
USAR A LINGUAGEM DO CINEMA PARA ABORDAR E REFLETIR SOBRE OS NOSSOS
PROBLEMAS SOCIAIS?
Aprendi
a valorizar mais e reclamar menos, não sou a melhor pessoa do mundo, mas busco
fazer a minha parte como cidadão e como habitante deste plano. Sim, a proposta
é justamente essa refletir, analisar e rever conceitos de vida. O filme mostra
a leveza de uma criança que mesmo tendo tudo dando errado, vivendo em situação
de penúria vive feliz e agradece a vida que tem. A missão do filme está aí
aprender a ser feliz com o que tem, por que tudo aqui nesse plano é muito “por em quanto”. E precisamos buscar em
sermos melhores como pessoas e mais solidários com a necessidade alheia.
Em época de descrença generalizada, quando sujeito e
realidade parecem determinados apenas por uma inevitável instabilidade, a
imagem oferece a possibilidade de algum apoio. Na fotografia, por exemplo, por
seu vínculo direto com a realidade, talvez fosse possível confiar. A fotografia
parece redefinir a forma de o homem se relacionar com a realidade, segundo
Susan Sontag. Entretanto, não podemos esquecer que o cinema, com as técnicas de
montagem, e também a fotografia podem ser conduzidos de forma a criarem uma
nova realidade que algumas vezes poderia parecer até mais verdadeira do que a
própria realidade. A imagem que marca os poemas de Mário Peixoto seria esta
imagem fotográfica, característica da modernidade, que altera a relação do
sujeito com a realidade e, ao parecer mais fiel à realidade objetiva, em sua
representação, oferece-nos uma nova realidade, muitas vezes distorcida. Não há
ingenuidade na obra de Mário Peixoto - por mais que sua linguagem poética em
alguns momentos pudesse até nos fazer seguir esta pista enganosa - e as ilusões
criadas pela linguagem serão sempre desmascaradas, mas nunca de forma clara ou
óbvia. Será justamente ao percorrermos caminhos intrincados, de imagens
múltiplas e infinitas, que iremos nos deparar com uma poética incomum, que
prima por ser sutil e delicada, apesar de abordar questões complexas e
dolorosas que dizem respeito a uma época marcada por imensas contradições - a
poética de Mário Peixoto ultrapassa seus limites e atinge o universal.
Na Copa Canarinho, jogar bola era muito melhor que brincar de boneca!!
Colecionei álbuns, negociei figurinhas. Com joelhos
ralados, perdi e ganhei no jogo de bafo repetidas e preciosas figurinhas.Sabia na ponta da língua o nome de titulares e reservas.Tinha foto do Telé Santana colada na capa do
caderno.
Nenhuma copa me trouxe tanto amor, alegria, dor e paixão! Será que fiquei presa no passado,
No ano de 1998 a banda mineira Skank lançou o álbum
"Siderado"
Um trabalho que tem um lindo projeto gráfico criado a partir de pinturas de
César Maurício, artista plástico vocalista do grupo Radar Tantan, com fotos de Bob Wolfenson. "Siderado" vendeu 750.000
cópias
No meio das baladinhas românticas como "Resposta" e "Romance Noir".
A melhor batidinha do cd ficou entre as mais tocadas na época e ganhou
um clip empolgante que traduz exatamente o melhor que se pode esperar de uma boa"Saideira"
“O Cinema é algo provocador, um filme é quase uma desculpa para tomar certas atitudes para mudar algo"
Laís Bodanzky
Sob o olhar da Cineasta Laís
Bodanzky, saio facilmente da condição de espectadora e embarco em universos
ficcionais carregados de realidades convincentes. Os dilemas do mundo
contemporâneo retratados com camadas
transparentes acionam meus dispositivos sensoriais possibilitando que o meu envolvimento alcance
um alto grau de cumplicidade com o consciente dos seus personagens.
No premiado longa “Bicho de Sete Cabeças”, tomei o lugar do personagem Neto e com ele senti a crueldade das dores físicas e psicológicas.
Perambulei por quartos do manicômio, tomei choque, perdi a consciência, senti medo e
revolta.
Em “As Melhores Coisas da Vida” sua câmera caminha com autenticidade
pelas relações cotidianas dos jovens com seus pais, escola e sociedade. Na
abordagem dos problemas, todas as fragilidades são exploradas de uma maneira em
que podemos compreender, aceitar os fatos, e rever nossos
conceitos diante das mudanças da vida.
Nofilme “Chega de Saudade”
que teve influências do livro “A Velhice”, de Simone de Beauvoir, onde o
conceito de que a ideia de velho geralmente vem do outro, e não do próprio
indivíduo. Tive uma nítida sensação de intimidade com o tempo. Os sentimentos e conflitos retratados no salão
União Fraternos que parecem ocasionais, nos conduzem para uma dança entre
passado e presente.
Todos esses filmes possuem fortes
elementos na sua composição fílmica. Elenco, Direção de Arte, Trilha Sonora,
Direção de Fotografia e Som Direto funcionam em harmonia. Juntos criam
sentidos e significados, estabelecendo a construção de um pensamento sob um olhar apurado e delicado.
A
escrita da câmera de Laís Bodanzky nos traz universos que respiram
autenticidade. Suas imagens possibilitam que possamos sair da observação para nos tornarmos coadjuvantes.
“O nosso objetivo sempre foi
fazer cinema de reflexão para o grande público”
O Curta metragem "NÃO FAÇA SILÊNCIO" retrata as primeiras horas no hospital de duas jovens que buscam superar diferentes traumas como, acidente automobilístico provocado pelo consumo de bebidas alcoólicas e a tentativa de suicídio. Graves e silenciosos problemas que crescem nas estatísticas da OMS.
A busca por uma narrativa poética nos fez optar pela estética P&B, guiando nosso olhar aos sentimentos que irão surgir no encontro de Giovana e Sophia, que fazem uma amparado de uma geração fragilizada.
A Música tema do Curta “NÃO FAÇA SILÊNCIO”, interpretada pelo jovem rapper Yuri Style, foi baseada no poema “Mil Peles” de Júlia Estrela que vive a personagem Giovana . E você? Já viveu ou conhece alguém que vive ou tenha passado por uma dessas experiências?