domingo, 29 de julho de 2012

Samba, Inocente pé-no-chão

Depois de uma semana dura,
És que o domingo radiante chegou!!! 




E que tá fazendo minha cabeça nesse lindo e ensolarado domingo?
Esse lindo Samba com uma das mais melhores representações de duas gerações do nossso Samba
 
Tereza Cristina  e Nelson Sargento


 
Samba, agoniza mas não morre, alguém sempre te socorre, antes do suspiro derradeiro.
Samba, negro, forte, destemido, foi duramente perseguido, na esquina, no botequim, no terreiro.
Samba, inocente, pé-no-chão, a fidalguia do salão, te abraçou, te envolveu, mudaram toda a sua estrutura, te impuseram outra cultura, e você nem percebeu, mudaram toda a sua estrutura,te impuseram outra cultura, e
 você nem percebe.






sexta-feira, 27 de julho de 2012

Escura Escuridão



Madona – Edvard Munch

Se ao menos essa luz timida lá no céu pudesse clarear minha escuridão!
Eu traria do fundo da minha pobre alma algumas luzes que deixei apagadas


Escura escuridão vai bem longe buscar uma estrela que possa iluminar a menina,
com outro olhar

Que cego tateia sem pressa, sem prumo e sem crenças

O mau cego na escuridão tropeça nas próprias pernas curtas e tortas pela falta de fé

Onde cai, fica. Adormece, mas não esquece...
Aquece com fogo, empalidece, mas não foge


Empalidece a escura e pálida derme, comum ao maldoso e amargo verme


Nu deitado – Amedeo Modigliani
Por Suerda Morais

quinta-feira, 26 de julho de 2012

O Quinze

Ficar alguns dias de cama serve também para tirar a poeira dos livros e de mansinho ir lendo novamente alguns trechos inesquecíveis...




O primeiro e mais popular romance de Rachel de Queiroz é O Quinze. O título se refere a grande seca de 1915, vivida pela escritora em sua infância. O romance se dá em dois planos, um enfocando o vaqueiro Chico Bento e sua família, o outro a relação afetiva de Vicente, rude proprietário e criador de gado, e Conceição, sua prima 
culta e professora.
Conceição é apresentada como uma moça que gosta de ler vários livros, inclusive de tendências feministas e socialistas o que estranha a sua avó, Mãe Nácia - representante das velhas tradições




E se você nunca teve curiosidade para ler esse maravilhoso livro, garanto que você já perdeu  muito tempo, pois nessa belíssima  história, a dor, a fé e até um amor impossível te prendem no início ao fim

terça-feira, 24 de julho de 2012

Um Outro Olhar - Por Michelle Ferret

 
 
Reconhecer o vazio. A semelhança. A saudade e a cidade. Tudo isso se misturava dentro dela enquanto vivia. Mas a realidade é que o pequeno espaço de vento poderia mudar tudo dentro dela. E não a cidade. Isso era apenas um detalhe na imensidão que era e ainda é a sua pequena vida. Um cheiro de mar vinha da cozinha. Era a casa de sua tia. Àquela que a criou enquanto menina, gostava de rodar léguas para apanhar peixinhos. Nunca trouxe nenhum. Todos ficavam nadando solitários em sua memória. Quase sem trégua o horizonte vazava a manhã e deixava nascer mais um pedaço de dia.
Menina esquisita. Pernas tortas. Pés pálidos e olhos de gente já velha. Seus cabelos pareciam embolados a um estreito prendedor de rosas claras. Ela era toda estranha. Nada a fazia ter simetria com qualquer mulher de qualquer mundo.
E os desejos ambulantes e latentes de desvendar o tudo, a guardavam da escuridão de ser gente. Ela não parecia ser gente. Parecia ser qualquer coisa que não cela. Qualquer coisa que não se prendia nem retorcia miragens. Qualquer parto difícil de acontecer. Era ela. Aquela pequena porção de estranheza e solidão que se revelava como qual enquanto dormia. Ou não. Não precisava nem dormir para deixar revelar o que sentia.

Acendeu a vela e foi olhar a rua.

Tudo aceso. Parecendo dia. Mesmo madrugada. Ela acendia. Gostava de velar as coisas. De deixar-se velar para que o mundo a visse em fragmentos iluminados. E nada era preciso. Tudo aos poucos e retalhados. Era ela. 
 
 

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Bom Dia Vietnã





POSTAGEM ESPECIAL



Você já assistiu esse filme?




Se sua for resposta foi sim, parabéns!
Se sua resposta foi não, chegou a hora de você conhecer esse filme que é um clássico do Cinema



 
Em "Bom Dia Vietnã" Robin Williams é o irreverente e rebelde disk-jockey, 
Adrian Cronauer que segundo a crítica, ele parece ter nascido
 para esse papel nessa maravilhosa comédia dramática de guerra




 Os soldados o veneram enquanto as altas patentes o consideram um ultraje. 
Um bombardeio de situações hilárias de fazer você gargalhar, embalado pelos maiores sucessos das paradas da década de 60, o filme retrata as aventuras infames de Cronauer em meio a uma Saigon que parece ter enlouquecido



Eu poderia listar facilmente dez filmes que adoro e que são protagonizados pelo encantador Robin Williams, porém "Bom Dia Vietnã" é um filme pelo qual tenho um carinho muito especial!


  Além de trazer uma lindíssima trilha sonora!

Eu vejo as árvores verdes, rosas vermelhas também
Eu as vejo florescer para mim e você
E eu penso comigo... que mundo maravilhoso


Eu vejo os céus tão azuis e as nuvens tão brancas
O brilho abençoado do dia, e a escuridão sagrada da noite
E eu penso comigo... que mundo maravilhoso


As cores do arco-íris, tão bonitas no céu
Estão também nos rostos das pessoas que se vão
Vejo amigos apertando as mãos, dizendo: "como você vai?"
Eles realmente dizem: "eu te amo!"


Eu ouço bebês chorando, eu os vejo crescer
Eles aprenderão muito mais que eu jamais saberei
E eu penso comigo... que mundo maravilhoso


Sim, eu penso comigo... que mundo maravilhoso




domingo, 22 de julho de 2012

É mentira! Cadê toda promessa de me dar felicidade

Embora esteja  toda convencida e agradecida pelos inúmeros elogios recebidos pelos  filmes aqui exibidos na POSTAGEM ESPECIAL, peço liçenca pra sugerir que você entre no clima do Samba, e não é um samba qualquer não...
Eu tô falando do mestre e poeta:

Almir Guineto



 Se você gosta de samba sabe que esse elogio é pouco pra esse sambista carioca que é um dos maiores representantes do samba raiz e um dos fundadores do Fundo de Quintal



 Pode colocar sem medo "Mel na Boca" na  playlist do mais puro Samba!
Aumente o som e abra quantas cervejas quiser e puder beber, e se por acaso você estiver naquela de afogar mágoas, você sentirá que não tá sozinho(a), e não esqueça que:

Um raio de luz
Do sol voltará a brilhar




Oh, quanta mentira suportei
Neste teu cinismo de doçura
Pode parar
Com essa idéia de representação
Os bastidores se fecharam pra desilusão
Pode parar
Com essa idéia de representação
Os bastidores se fecharam pra desilusão ( é mentira.. )
É mentira
Cadê toda promessa de me dar felicidade
Bota mel em minha boca
Me ama, depois deixa a saudade, será...
Será que o amor é isso?
Se é feitiço vou jogar flores no mar
Um raio de luz
Do sol voltará a brilhar
Que se apagou e deixou noite em meu olhar ( meu olhar )
Um raio de luz
Do sol voltará a brilhar
Que se apagou e deixou noite me meu olhar


sexta-feira, 20 de julho de 2012

Um Outro Olhar - As Férias do Sr. Hulot

 Por 

Um dos meus filmes de cabeceira, trata-se de uma comédia em preto e branco, como é normalmente a vida, Jacques Tati faz um personagem atabalhoado



 Mas, extremamente generoso e com esse personagem, transita de forma suavemente irônica, na pequena burguesia francesa do pós guerra, com seus daguerreótipos  tão conhecidos de nós, posto que somos os mesmos


  


Vale a pena reparar na música bela e ao mesmo tempo melancólica como o final de férias na adolescência pré internet e plays vários.  



           
  

terça-feira, 17 de julho de 2012

Um Outro Olhar - Barbosa "Um Cristo Negro"



  
Por Francisco Carlos O. de Lima




O olhar perdido, braços paralisados, milhares de pessoas olhando a bola uruguaia no
fundo do gol,
E o goleiro Barbosa parece um “Cristo” negro cheio de pecados, traído por um chute iscariotes,
Pronto para carregar sua cruz ao longo da vida,
Ao contrário do Cristo verdadeiro que doou a vida para pagar os pecados (de nós outros),
O nosso cristo Barbosa ao mesmo tempo em que o gol uruguaio invadia o fundo de suas redes,
Sentia que ali doava sua vida, sua paz e sua alegria, por causa de um gol improvável,
E inerte recebia,
Os primeiros açoites de sua via sacra,
De quem nunca perdoaria,
A derrota em pleno maracanã,
E cabisbaixo esperava os ferrões que lhe perfurariam,
A alma, o corpo e o coração;  ao longo de sua vida;
Tantos anos se passaram,
E a telinha insiste em nos mostrar,
Ele, nosso pobre cristo negro, (Que o criador já recebeu em sua ante-sala),
Se preparando para a longa caminhada;
Na qual sofreria,  diariamente chicotadas;
De uma torcida que desde o coliseu;
Torce pelos leões;
E que necessita de um PROMETEU acorrentado com abutres a lhe roer o fígado;
Dia após dia;
Dos perdedores Barbosas, com suas infindáveis agonias;
Do futebol, do gol e do drible, componentes da magia;
Falso ópio que trás ilusão, tristeza e euforia,
Que faz da insondável jabulani, seu mestre, pão, circo e guia. 




E lá do fundo do baú...








sexta-feira, 13 de julho de 2012

NO DIA MUNDIAL DO ROCK - ROCK BRASÍLIA




POSTAGEM ESPECIAL


13 de Julho  - Dia Mundial do Rock

E você conhece bem essas caras, não?



No Brasil,  vários meninos faziam músicas pelas garagens e colinas em plena Ditadura Militar


 
O Documentário Rock Brasília   é uma obra prima do cinema nacional, pois revela  um período em que a nossa juventude, por mais oprimida que fosse, encontrou uma forma de dizer o que pensava através da maravilhosa linguagem universal: A MÚSICA

Cineasta Vladimir Carvalho


Com uma maravilhosa trilha sonora e riquíssimas imagens de arquivo, o filme vai fazer você viajar pelos embriões dos anos de Ouro do nosso Rock.
Ah! Você também irá entender as razões que fizeram da Capital do País  também a Capital do Rock

 Sobe o som!!




quinta-feira, 12 de julho de 2012

O Pagador de Promessas


Vencedor da cobiçada Palma de Ouro em Cannes no ano de 1963 e indicado ao Oscar de melhor filme Estrangeiro no ano de 1963, O filme  "O Pagador de Promessa" mereceu e merece todas as nossas honras e o nosso eterno reconhecimento


Esse filme foi a primeira e única produção brasileira a ganhar tão importante prêmio


O filme conta  a história de Zé do Burro, um baiano que faz uma caminhada rumo a Salvador carregando uma imensa cruz de madeira, para pagar uma promessa feita à Santa Bárbara


O filme foi escrito e dirigido pelo ator e cineasta brasileiro Anselmo Duarte
 
 


Suas cenas  formam  um retrato da riqueza cultural do Brasil com toda sua força!
e sem dúvida foi isso que surpreendeu  o mundo cinematográfico em 1963








"Anselmo Duarte precisou vencer resistências e a desconfiança de muitos que duvidavam da capacidade de um ator de chanchadas de poder dirigir um dos mais consagrados libelos da nossa literatura"
Conexão Roberto D'Avila




Anselmo Duarte faleceu  em 7 de novembro de 2009.
 Em maio desse ano a premiação completou 50 anos



 Se você ainda não assistiu, eu recomendo sem medo!


quarta-feira, 11 de julho de 2012

Curvas do Destino - Cinema Noir

POSTAGEM ESPECIAL


Na Sétima Postagem Especial,  trago um  filme de um gênero, ou será estilo? 
Bem, é difícil defini-lo pois alguns até dizem que foi uma tendência de produção, um movimento...
O fato é que eu e 90% dos cinéfilos espalhados pelo mundo, adoram : 


Cinema Noir





Os Filmes "Noirs" foram historicamente filmados em preto-e-branco e eram caracterizados pelo alto contraste, com raízes na cinematografia característica do expressionismo alemão.
Pois, com a ascensão do nazismo, muitos diretores entre eles Fritz Lang se refugiaram nos EUA, levando na bagagem todo o conhecimento que tinha.


Fritz Lang, um dos mais famosos nomes da
escola do expressionismo alemão

"Curva do Destino" clássico noir de baixo orçamento, conta em flashback a história de Al Roberts (Tom Neal), um pianista de clubes noturnos de Nova York. Ao se mudar para Hollywood, ele cruza o país de leste a oeste de carro. Numa noite chuvosa, um homem, de quem Roberts se tornou amigo, morre. Com medo da polícia e de ser acusado de assassinato, ele assume a identidade do amigo. Mas essa decisão faz com que, a cada passo que dê, se afunde mais ainda na confusão. 


A direção ficou a cargo de Edgar G. Ulmer, diretor austríaco morto em 1972, que realizou mais de 100 filmes. Segundo críticos e historiadores, é considerado inovador devido a sua capacidade de ser extremamente criativo, mesmo fazendo filmes que não dispunham de recursos milionários. Curva do Destino, por exemplo, foi filmado em apenas seis dias. 

 
Mas isso não impediu que o filme entrasse na lista do National Film Registry da Biblioteca do Congresso Americano. Em 2004, a revista Time escolheu-o como um dos 100 melhores filmes americanos de todos os tempos
 fonte:www.2001video.com.br 


 A trama é original e intrigante, cheia de surpresas, e deixa o espectador mais do que curioso; ficamos ansiosos, esperando para onde o próximo lance do enredo irá noss levar. Tudo isso culmina com um final extremamente inteligente






terça-feira, 10 de julho de 2012

Uma Noite em 67 - Documentário



POSTAGEM ESPECIAL





Você quer reviver ou conhecer um capítulo especial da MPB, e compreender como foi a divisão artístico/musical  pré-Tropicália com os tradicionalistas?



 O Filme Documentário "Uma Noite em 67" te pega pela mão, ouvido e olhos e te leva de volta  ao  inesquecível  Festival de Música Popular Brasileira, da TV Record



Com gravações de época e depoimentos recentes, artistas, organizadores e jornalistas relatam com muito entusiasmo e  magia, histórias maravilhosas dos bastidores









 No Documentário, você rever a clássica cena do Sérgio Ricardo quebrando o violão que depois jogou na platéia que o vaiava durante a apresentação de “Beto Bom de Bola"




 Descobri esse Documentário, devorando minha Revista preferida, em agosto de 2010


 "A edição 156 da revista "Bravo!" nos brindou esse mês com uma bela capa que representa de forma genial e emblemática o documentário "Uma noite em 67". Temos aqui representado o confronto das idéias revolucionárias do tropicalismo de Caetano com a mais sofisticada das músicas-das poesias brasileiras de Chico Buarque.  Estes conflito parece mediado pelo olhar pacificador-conciliador de Gilberto Gil"http://modernidade2008.blogspot.com.br


Como a juventude sabia direitinho o que significava Música de qualidade,
" Uma Noite em 67" é uma visceral  viagem na história da nossa Música Popular Brasileira


                          

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Só Dez por Cento é Mentira - MANOEL DE BARROS





POSTAGEM ESPECIAL


Você desconfia que coisas inúteis sejam mesmo inutéis?
Você consegue ver  poesia em pedaços de muros sujos em ruínas?
Você sente uma imensa saudade da sua infância?
Você duvida das ordens em que as coisas estão colocadas?

Então, você não é único!

Conheça agora a desbiografia de  "Manoel de Barros"

 

 Uma das mais encantadoras descobertas de 2011, graças a minha professora e escritora Ana Cecília Aragão.



Com pedaços de mim eu monto um ser atônito.

Prefiro as linhas tortas, como Deus. Em menino eu sonhava de ter uma perna mais curta (Só pra poder andar torto). Eu via o velho farmacêutico de tarde, a subir a ladeira do beco, torto e deserto… toc ploc toc ploc. Ele era um destaque.
Se eu tivesse uma perna mais curta, todo mundo haveria de olhar para mim: lá vai o menino torto subindo a ladeira do beco toc ploc toc ploc.
Eu seria um destaque. A própria sagração do Eu.
Não é por me gavar
mas eu não tenho esplendor.
Sou referente pra ferrugem
mais do que referente pra fulgor.
Trabalho arduamente para fazer o que é desnecessário.
O que presta não tem confirmação,
o que não presta, tem.
Não serei mais um pobre diabo que sofre de nobreza.
Só as coisas rasteiras me celestam.
Eu tenho cacoete pra vadio.
As violentas me imensam.
MANOEL DE BARROS

domingo, 8 de julho de 2012

Cartola - Música para os olhos

POSTAGEM ESPECIAL

Brindo o Domingo ensolarado com uma perfeita combinação: 


Samba e Cinema


Peço liçenca pra falar de um dos maiores cantores, compositores e poetas brasileiros, 
Angenor de Oliveira mais conhecido como:

CARTOLA



Esse brilhante poeta do samba, passou a vida em empregos temporários, como pedreiro, pintor de paredes, lavador de carros, vigia de prédio e contínuo em uma repartição pública. No ofício de pedreiro ele ganhou o apelido que o consagraria, pois ele usava um chapéu para trabalhar, já que sua vaidade o deixava nervoso sempre que sujava os cabelos com a manipulação do cimento


 
No início da década de 30 o compositor ficou famoso fora da Mangueira, justamente com a venda de seu primeiro samba, seguido por outros que também foram gravados por Francisco Alves


 
Com Dona Zica, irmã da esposa de Carlos Cachaça. Eles contraem matrimônio após viverem juntos doze anos, em 1964. Juntos criam As Rosas não Falam, Nós Dois, Tive Sim e O sol Nascerá.




Nos anos 60 o casal e mais dois companheiros criam o famoso botequim ZiCartola, onde se concentram os grandes sambistas da época, propiciando o aparecimento de vários novos talentos.



Que lugar perfeito, hein!?

Deixo com vocês em boa companhia:





CORUJAS E PITANGAS