A sessão classificada como “Cult” começou com a sala 5 quase lotada. Minha
cabeça que já habitava o território das manhas do imaginário, contava cada segundo pra começar o filme que vem recebendo diversas críticas positivas e um lugar na lista do New York Times. Mas, minha ansiedade era também para ter mais uma vez a certeza do "Novo Cinema" que nasce no Brasil, mas
precisamente em Pernambuco. Logo nos primeiros minutos entrei pela contramão da evasão e refúgio. Penetrei numa primorosa ficcional realidade. Locações, fotografia, figurino, maquiagem, objetos de cena, e uma natural interpretação dos atores(profissionais ou não) iam enriquecendo e tornando convincente a narrativa, sem dúvida guiada por um Roteiro bem construído e amarrado. A quase ausência de
trilha sonora enaltece um belíssimo SOM DIRETO que ocupa seu lugar de honra na telona. Porém, a entrada surpreendente da belíssima “Charles, Anjo 45” me fez sentir um esplâncnico esquecimento do mundo. Penetrei abismos pessoais e sociais, abri e fechei portas. Vi através de janelas, grades e portões. Senti inquietações.
Fui provocada pelos seus silêncios.Opressão, desigualdades e o coronelismo ressurgem da Casa
Grande e Senzala sob uma nova e aguçada visão.“O SOM AO REDOR” não nos redime
das ilusões cotidianas, ele nos coloca diante delas de maneira consciente e
sensível.
sexta-feira, 29 de março de 2013
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