De cabaça na mão, céu nos cabelos à tarde era que a moça desertava dos arenzés de alcova. Caminhando um passo brando pelas roças ia nas vingas nem tocando; reesmagava na areia os próprios passos, tinha o rio com margens engolidas por tabocas, feito mais de abandono que de estrada e muito mais de estrada que de rio onde em cacimba e lodo se assentava água salobre rasa. Salitroso era o também caminho da cacimba e mais: o salitroso era deserto. A moça ali perdia-se, afundava-se enchendo o vasilhame, aventurava por longo capinzal, cantarolando: desfibrava os cabelos, a rodilha e seus vestidos, presos nos tapumes velando vales, curvas e ravinas (a rosa de seu ventre, sóis no busto) libertas nesse banho vesperal. Moldava-se em sabão, estremecida, cada vez que dos ombros escorrendo o frio d'água era carícia antiga. Secava-se no vento, recolhia só n...