Cenas Lentas

 


Hoje, ao acordar, não pulei da cama como de costume. Encontrei pontos perdidos nas paredes quase nuas do meu quarto e, sem entender a razão, comecei a rever meus planos para o futuro. Confesso que fiquei um tanto sem compreender de onde tinham vindo aqueles pensamentos que mais pareciam um tolo ensaio para se tentar viver com a tecla de replay.

Comecei a revisitar meu passado e, como quem abre um baú esquecido, fui aos poucos tocando os pedaços da minha vida. A cada cena lembrada, fui compreendendo melhor minhas tolices, meus medos, fragilidades, fracassos e vitórias. A compaixão por mim mesma aumentava na mesma proporção em que as imagens das minhas lágrimas e alegrias iam deslizando em cenas lentas diante dos meus olhos. Ri dos desencantos e chorei com saudade dos meus ingênuos sonhos. Entre o passado e o futuro, confesso que hoje só quero o presente.


08 de março de 2005

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