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Mostrando postagens de 2017

Mágoa Infinda

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O homem por sobre quem caiu a praga Da tristeza do Mundo, o homem que é triste Para todos os séculos existe E nunca mais o seu pesar se apaga! Não crê em nada, pois, nada há que traga Consolo à Mágoa, a que só ele assiste. Quer resistir, e quanto mais resiste Mais se lhe aumenta e se lhe afunda a chaga. Sabe que sofre, mas o que não sabe É que essa mágoa infinda assim, não cabe Na sua vida, é que essa mágoa infinda  Transpõe a vida do seu corpo inerme; E quando esse homem se transforma em verme É essa mágoa que o acompanha ainda! (Eterna Mágoa)   Augusto dos Anjos

Mares e Desertos de Mim

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Vamos falar sério? Quem nunca se viu em uma situação de vulnerabilidade diante de si? É algo mais ou menos assim: Você acorda, toma banho, café, escova os dentes, vai para o trabalho...e tudo é tão mecanicamente natural, que você até acredita ser normal. Porém, certo dia sem perceber, você desacelera, olha para os lados e subitamente sai de cena e passa a observar a si mesmo. Identifica rapidamente um desconhecido ocupando seu lugar na vida. Uma pungente distância separa você e o seu duplicado. Onde foram parar suas hesitações, inquietações, fragilidades e o raio x do seu coração? Nesse momento você torna-se a mais doce isca das emoções soltas, aquelas que voam desajeitadamente fora do círculo e param sem pedir licença diante do seu eu genuíno de fábrica. Esse encontrão te dará dois caminhos: Acreditar que não é tão fácil assim falsificar sua alma e deitar-se na próxima rede com aquele livro...ou fechar todas as entradas da insanidade e seguir sã, porém com remorsos e tris...

Já bebi xampu Já nadei no Tietê

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Já bebi xampu Já nadei no Tietê Já tinha escutado qualquer coisa em um ano qualquer...guardei. Quando vi o clipe, pensei absurdamente em como ainda não havia feito o download, comprado camisetas e decorado as letras. Eles fazem o "MEU TIPO"

Já não consigo partir

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Não vou sair e me trair por aí como se fosse uma qualquer de mim.  Já não consigo partir sem antes acolher a mim.  Suerda Morais 12/04/2017

Preste contas de si

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Esqueça o mundo lá fora. Busque inspiração interna, bloquei todas saídas de você mesmo. Convide para uma dança seus “eu´s”, ofereça um chá, drink, chopp, seja lá o que for. Mas, prosei com seus botões, ouça suas histórias, compreenda e preste contas de si, lave mágoas e depois banhe-se sem qualquer ultraje. Suerda Morais 06/04/2017

O Alaranjado e a Paz

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Quando a tardinha dava seus primeiros sinais de partida, pude sentir o que o intervalo entre luzes é capaz de fazer. O alaranjado caindo pelos telhados revelava os contrastes das tintas gastas nos muros das casas fechadas. Sacos de carvão empilhados pareciam adormecidos serenos e envoltos a paz, que sorte! O céu antes azul refletia nas calçadas os tons da noite. Pelo caminho também ouvi pássaros despedindo-se da pouca luz e buscando abrigos. Quando tudo escureceu, o vento trouxe paz e vontade de viver para entender ainda mais sobre luzes, telhados e segredos das tardinhas. Suerda Morais 02/04/2017

Papel de Parede

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Coisas transformam-se em mim

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É como chuva no mar, Se desmancha assim em Ondas a me atravessar, Um corpo sopro no ar

À noite, à escuridão, ao abismo, ao nada!

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Era madrugadinha quando ouvi pela  primeira sua voz  e com ela voltei: À noite, à escuridão, ao abismo, ao nada!  OS CATIVOS Encostados às grades da prisão, Olham o céu os pálidos cativos. Já com raios oblíquos, fugitivos, Despede o sol um último clarão. Entre sombras, ao longe, vagamente, Morrem as vozes na extensão saudosa. Cai do espaço, pesada, silenciosa, A tristeza das cousas, lentamente. E os cativos suspiram. Bando de aves Passam velozes, passam apressados, Como absortos em íntimos cuidados, Como absortos em pensamentos graves. E dizem os cativos: Na amplidão Jamais se extingue a eterna claridade... A ave tem o vôo e a liberdade... O homem tem os muros da prisão! Aonde ides? qual é vossa jornada? À luz? à aurora? à imensidade? aonde? — Porém o bando passa e mal responde: À noite, à escuridão, ao abismo, ao nada!  — E os cativos suspiram. Surge o vento, Surge e perpassa esquivo e inquieto, Como quem traz algum pesar secreto, Como ...

Tive outras visões naquela madrugada...

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Difícil fotografar o silêncio. Entretanto tentei. Eu conto: Madrugada, a minha aldeia estava morta. Não se via ou ouvia um barulho, ninguém passava entre as casas. Eu estava saindo de uma festa,. Eram quase quatro da manhã. Ia o silêncio pela rua carregando um bêbado. Preparei minha máquina. O silêncio era um carregador? Estava carregando o bêbado. Fotografei esse carregador. Tive outras visões naquela madrugada. Preparei minha máquina de novo. Tinha um perfume de jasmim no beiral do sobrado. Fotografei o perfume. Vi uma lesma pregada na existência mais do que na pedra. Fotografei a existência dela. Vi ainda um azul-perdão no olho de um mendigo. Fotografei o perdão. Olhei uma paisagem velha a desabar sobre uma casa. Fotografei o sobre. Foi difícil fotografar o sobre. Por fim eu enxerguei a nuvem de calça. Representou pra mim que ela andava na aldeia de braços com maiakoviski – seu criador. Fotografei a nuvem de calça e o poeta. Nin...

Lembrem que me ouviu dizer...

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A felicidade mora aqui! Meu colo alimenta a vocês e a mim Deixa eu mimar vocês, adorar vocês Agora, só agora Por que um dia eu sei Vou ter que deixá-los ir

Mas sou flor que não se cheira...

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Exibida no finalzinho da década de 70, a novela Pai Herói tem uma trilha musical incrível e imperdível! "Pode Esperar" samba assinado por Roberto Correa /Sylvio Son e interpretado maravilhosamente por Alcione, ganhou há poucos meses lugar na minha vitrola Sou mulher que encara um desacato Se eu não devolver no ato... Lá se foram trinta e oito anos... Mas a força e coragem da Ana Preta (Glória Menezes) Ressurgem a cada dia na vida real. Salve Janete Clair que soube como poucos adicionar camadas de força, verdade e ternura aos personagens femininos da dramaturgia brasileira.

Sobre balas, jujubas, livros, filmes, meias e fotos

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Quem disse que o tempo não passou?  Sim. Ele passou. Pelo retrovisor vejo em detalhes o tempo vivido.T er e manter no presente a memória do passado, não é simplesmente sentir nostalgia ou necessidade da felicidade de “outrora”. Balas, meias lavadas no varal, livros sobre móveis pelos recantos da casa, idas a locadoras de filmes (ainda existiam), entram sem pedir licença e celebram o milagre da renovação do tempo. Se no ano 2000, 2017 parecia distante, agora ajusto o retrovisor no decorrer da nova estrada. Desconfiada da felicidade que nos distancia dos risos soltos do passado, sigo compondo uma nova colcha com nossos retalhos. Balas, jujubas, livros, filmes, meias e fotos circulam livremente sem qualquer estado de tempo.  Te amo muito e "ETERNAMENTE" Juninho