“O Cinema é algo provocador, um filme é quase uma desculpa para tomar certas atitudes para mudar algo"
Laís Bodanzky
Sob o olhar da Cineasta Laís
Bodanzky, saio facilmente da condição de espectadora e embarco em universos
ficcionais carregados de realidades convincentes. Os dilemas do mundo
contemporâneo retratados com camadas
transparentes acionam meus dispositivos sensoriais possibilitando que o meu envolvimento alcance
um alto grau de cumplicidade com o consciente dos seus personagens.
No premiado longa “Bicho de Sete Cabeças”, tomei o lugar do personagem Neto e com ele senti a crueldade das dores físicas e psicológicas.
Perambulei por quartos do manicômio, tomei choque, perdi a consciência, senti medo e
revolta.
Em “As Melhores Coisas da Vida” sua câmera caminha com autenticidade
pelas relações cotidianas dos jovens com seus pais, escola e sociedade. Na
abordagem dos problemas, todas as fragilidades são exploradas de uma maneira em
que podemos compreender, aceitar os fatos, e rever nossos
conceitos diante das mudanças da vida.
No filme “Chega de Saudade”
que teve influências do livro “A Velhice”, de Simone de Beauvoir, onde o
conceito de que a ideia de velho geralmente vem do outro, e não do próprio
indivíduo. Tive uma nítida sensação de intimidade com o tempo. Os sentimentos e conflitos retratados no salão
União Fraternos que parecem ocasionais, nos conduzem para uma dança entre
passado e presente.
Todos esses filmes possuem fortes
elementos na sua composição fílmica. Elenco, Direção de Arte, Trilha Sonora,
Direção de Fotografia e Som Direto funcionam em harmonia. Juntos criam
sentidos e significados, estabelecendo a construção de um pensamento sob um olhar apurado e delicado.
A
escrita da câmera de Laís Bodanzky nos traz universos que respiram
autenticidade. Suas imagens possibilitam que possamos sair da observação para nos tornarmos coadjuvantes.
“O nosso objetivo sempre foi
fazer cinema de reflexão para o grande público”
Laís Bodanzky